Covid Notícias

Pesquisadores desenvolvem ‘cotonete’ com impressora 3D para ampliar número de testes de Covid-19

Pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) de Belo Horizonte estão desenvolvendo um swab feito a partir de impressão 3D, que pode se tornar um possível aliado na ampliação de testes de Covid-19. A dificuldade para compra deste “cotonete” estéril, usado para coleta de amostras do vírus no nariz e na garganta, é apontada como um dos entraves para ampliação de testes RT-PCR pelos laboratórios públicos do estado. Apenas 12% dos casos positivos de Covid-19 em Minas são provenientes de exames realizados pelo SUS.

Os swabs 3D estão sendo produzidos por um grupo de pesquisadores que já acumula experiência com produção de outro material, os protetores faciais 3D. Conhecidos também como faceshields, estes equipamentos também estavam escassos no início da pandemia.

“Nossos faceshields foram distribuídos, principalmente, para Minas. A prerrogativa era distribuir para serviços públicos. Depois, começamos a ter mais apoio e a produzir mais, para outros setores, além da saúde”, contou o coordenador da pesquisa, Rubens do Monte.

A partir primeira experiência, a equipe começou a estudar formas, modelos e materiais adequados para produção do swab. “Não existe uma resina que é flexível, resistente, biocompatível, autoclavável [que pode ser esterilizado em autoclave]. Chegamos a uma conclusão misturando materiais, numa condição de resina que atende a boa parte desses critérios”, disse.

Com o modelo desenvolvido em parceria com uma startup de Uberaba, no Triângulo Mineiro, e as primeiras unidades impressas, a equipe realiza, neste momento, testes para identificar se o swab 3D é capaz de fazer coleta e se esta amostra é compatível com o coletado pelo swab já disponível no mercado.

Os resultados da eficácia do produto ainda estão em fase de análise, mas a produção pode esbarrar no alto custo. Enquanto uma swab pode custar R$ 2 a unidade, o 3D pode chegar a dez vezes este valor, se não for produzido em larga escala.

“Um litro de resina custa R$ 1.500. Daria para fazer mais de 2 mil swabs. O custo da resina ainda é impeditivo. Se não for produzido de forma massiva não compensa, pois eles podem ficar em torno de R$ 20 o preço final da unidade . Mas pode justificar tentar produzir nacionalmente. Investindo em insumos nacionais, a gente amplia a testagem. A gente acredita que, estruturando um pedido formal, as empresas podem até negociar o valor com base no volume de compras”, afirmou.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) disse que, neste momento, a demanda por swab está “normalizada”. Mas admitiu que já houve dificuldade para importar o insumo e que foi feita uma parceria com a Fiocruz para o desenvolvimento de swab 3D.

Até segunda-feira (21), cerca de 12% dos casos confirmados de Covid-19 em Minas Gerais eram provenientes de exames RT-PCR realizados pela rede de laboratórios habilitados pelo SUS. O RT-PCR é o mais indicado para o diagnóstico preciso da doença na fase de atuação do vírus.

Dos 271.194 casos confirmados da doença, 33.667 foram provenientes de RT-PCR analisados pelas instituições ligadas ao SUS em Minas.

Teste por saliva promete ampliar testagem

Desde o início do mês, a Secretaria de Estado de Saúde começou a testar pessoas para coronavírus usando saliva, o que dispensaria o uso de swab e permitiria a ampliação de testes no estado.

A coleta de saliva para exames de RT-PCR está sendo feita nos seguintes municípios: Belo Horizonte, Diamantina, Rio Paranaíba, Viçosa, Sete Lagoas, Juiz de Fora, Uberaba, Divinópolis, Ouro Preto, e Patos de Minas.

Em Belo Horizonte, as instituições para coleta são as seguintes, segundo a Secretaria de Estado de Saúde: UPA Centro sul, Ambulatório Covid-19 Hospital Eduardo de Menezes e CEREST Centro Sul.

Deixe um comentário